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As imagens abaixo fazem parte de uma publicação em uma Rede Social, na página de um grupo internacional de Estereotomia; e como passaremos a falar de Muros, achamos didático publicar tais fotos, com a devida autorização do proprietário, do qual, no momento desta publicação desconhecíamos o nome.
A técnica aplicada se chama Pedra Seca (Dry Stone); o muro mostrado nas fotos destina-se à identificação de uma propriedade rural. Essa técnica de empilhamento pétreo foi e é largamente utilizada no Brasil, de norte sul.
Por exemplo, no interior da região das Minas Gerais, ainda hoje se fabricam Muros (ou Paredes) em Pedra Seca, com diversas qualidades de pedra (próxima foto abaixo).
De um modo geral, a estabilidade do sistema pode ficar comprometida, se não se aplicarem uma angulação, que faça a espessura do Muro diminuir até o alto, tornando um ou ambos os paramentos inclinados. Para Muros retos (ver abaixo), devem-se empregar pedras largas, de perpianho, cuja aplicação não comprometa a estabilidade.
A técnica da pedra seca, é muito empregada para paredes de arrimo.
A técnica demonstrada na foto acima, se denomina “ponteamento” e serve para se cortar de maneira retilínea a grandes blocos de pedra. De maneira equidistante se fincam na pedra a ser cortada, ponteiras de ferro ou de aço, de forma que entrem de maneira ordenada e sequencial, até que o bloco a ser cortado se desprenda por inteiro.
Princípios básicos para a decupagem das pedras:
1. as superfícies das fileiras devem ser perpendiculares (normais) aos esforços que tenham de suportar;
2. as superfícies das fileiras, sempre que possível, devem ser perpendiculares às superfícies dos paramentos;
3. as superfícies das fileiras, bem como das juntas (face lateral do bloco), devem ser contínuas, homogêneas e o mais simples possível;
4. o plano que contém as juntas deve ser perpendicular ao plano que contém as fileiras, tanto quanto à superfície dos paramentos;
5. as juntas devem ser descontinuadas;
6. os blocos de pedra devem ser assentados de modo a criarem camadas ajustadas entre si, com precisão;
7. deve-se evitar que, tanto as superfícies de fileiras, quanto as da junta, componham-se de mais de um plano ou contenham pontas ou vincos;
8. as faces dos blocos que contenham juntas em duas peças consecutivas, devem estar em contato integralmente em toda a extensão de sua área.
Tipos de Assentamento para paredes de Pedras:
A Estereotomia foi abordadada e detalhada como processo construtivo que envolve Desenho Geométrico e Geometria Descritiva, na tese de doutoramento do orientador deste grupo. Com o intuito de nortear o leigo seguem-se algumas ilustrações utilizadas naquele documento, todas de responsabilidade levantamento e de execução do Prof. Dr. Dalton Raphael. Algumas vezes, o próprio Grupo de Pesquisas já conseguiu analisar o comportamento das pedras, em questões relativas à Estabilidade e de Resistência, como será oportunamente apresentado.
Vale citar o Salmo 117,1-27a: “A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular”; certamente o Salmo se refere a uma analogia a uma pedra talhada para um canto em ramal.
As fotos distribuídas pelos diversos temas deste sítio, ilustrarão ao tema central, destacando sua importância na constituição arquitetônica em pauta. Assim, o interessado poderá identificar e analisar a arte e a técnica envolvidos nos procedimentos construtivos empregados, agregando valor ao monumento documentado.
Projeções das Reconstituições:
1-Decupagem de Paredes ou Muros, Retos (perpendiculares ao chão).
2- Decupagem de Paredes ou Muros, Retos – em viés:
Nas paredes enviesadas aplica-se uma das mais geniais soluções, das muitas comuns na Estereotomia: a “Distância Segura, também chamada de Quebramento“.
3- Decupagem de Paredes Cilíndricas (com amostra em perspectiva).
4-Decupagem de Paredes Cônicas (com amostra em perspectiva).
5- Decupagem de Paredes inclinada (com amostras em perspectiva).
Chama-se “Zarpa” à um acréscimo em espessura na primeira fileira, junto ao piso, que distingue à murada. Aqui também se aplica o quebramento.
6- Decupagem de Paredes Chanfradas:
Os ângulos agudos, apesar de indesejáveis foram utilizados, sobretudo na Arquitetura Oficial – Militar. Para se evitar o desgaste dos cantos arrematados em ângulos agudos, buscava-se o chanfro como solução genial, que transformasse um ângulo agudo em dois obtusos, de maior resistência.
No meio, um canto agudo chanfrado, imaculado. A última foto, mostra o ângulo agudo de uma Tenalha, totalmente avariado.
7- Decupagem de cantos arredondados (Concordância):
8- Decupagem de cantos arredondados, com espessura variável:
9- Decupagem, quando um dos paramentos curvilíneos é inclinado:
As paredes tratadas acima, deverão ter sua empena côncava (posterior) concordados por um muro cilíndrico circular reto (item 3 acima).
10- Decupagem quando as inclinações dos paramentos variam:
Observação: Nos exemplos 9 e 10 acima, os cortes e juntas verticais obedecem aos critérios gerais do item 3.